quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

INTERFACE

Relatório de avaliação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Faculdade de Artes Visuais
Licenciatura em Artes Visuais
Disciplina: Estágio Supervisionado III
Profª Orientadora: Flávia Cirqueira.
Acadêmica: Izília Mª Borges da Silva Torquato
Pólo: Catalão Goiás
                                                   

Avaliação Processual da Intervenção Artístico_Pedagógica


Caminhar pela cidade com o objetivo de ampliar a experiência de estágio, foi a princípio uma proposta um pouco estranha. Depois percebi que  era o fator “estranhamento” que geraria todo o trabalho, ou seja, como o texto mesmo descreve ...”tornar o familiar estranho”. Andar pelo mesmo caminho que já passei inúmeras vezes, mas procurando ver com o olhar da descoberta, procurando detectar possibilidades de interação entre o espaço, a história, os saberes, as vivências, exercitando a capacidade de imaginar, criar, recriar e sonhar.
Andei pelas ruas, praças onde crianças brincam e jovens namoram. Parei para observar o prédio da Câmara de Vereadores, que já foi palco de palestras, apresentações de teatro, festival de música Gospel. Passei por prédios comerciais igreja evangélica e o Centro Espírita, sendo neste último a escolha da minha porta de entrada.
Minha escolha se deu após procurar informações sobre como funcionava os trabalhos no Centro Espírita “Amor Eterno”, descobri que dois dias na semana eles realizavam oficinas de trabalhos manuais, como forma de terapia ocupacional e também era realizado um trabalho de evangelização com as crianças menores, que durante as palestras era necessário mantê-las ocupadas com atividades, que muitas vezes era somente de desenho.
Percebi que naquele local apresentava inúmeras possibilidades de realizar o estágio, e nesse momento minha cabeça começou a fervilhar de idéias. Com as constantes interações sobre o desenvolvimento da etnografia, ocorridas no fórum, as idéias começaram a tomar forma. Primeiramente procurei dialogar respeitando o processo de ensino/aprendizagem já existente no local, partindo do diagnóstico dos trabalhos realizados, para que pudesse planejar intervenções que contribuísse para os trabalhos já realizados.
Primeiramente pensei em realizar oficinas de trabalhos manuais, mas depois que realizei uma nova visita e vi o trabalho realizado com as crianças, me interessei logo, por acreditar poder contribuir de forma mais efetiva, visto que elas tinham um interesse maior e senti que mais proveitoso trabalhar um projeto que além da arte também abordasse assuntos de ética e discriminação racial.
Após reunião com os dirigentes do Centro para expor minha proposta de trabalho, e com anuência dos mesmos e da professora formadora, comecei a elaborar a proposta de intervenção.
Sabendo que a Arte é um meio importante para despertar nas crianças e jovens os seus instintos mais criativos, possibilitando o desenvolvimento de relações com a arte de forma a sensibilizá-los sobre questões relacionadas à valorização das diferentes etnias e culturas e a preservação do meio ambiente, através de leitura de fundo moral e confecção de fantoches com materiais reaproveitáveis.
Após apresentação do projeto para os tutores na aula presencial, iniciei a correção a partir das sugestões apresentadas. Foi um momento de grande importância para essa reelaboração, pois tomei consciência da importância dessa intervenção pedagógica, de desenvolver um projeto que atingisse todos, dentro do conceito de cidade educativa, traduzida em princípios de respeito as diferenças, em práticas inovadoras que construa e reconstrua os saberes e conhecimentos socialmente significativos.
Tudo acertado foi o memento de começar a ação, no primeiro dia organizei o material necessário e fui para o Centro Espírita, a palestra já estava começando e as crianças já me aguardavam na sala de evangelização, eram ao todo oito crianças, que variavam de três a onze anos. Fiz a apresentação da história da “Menina Bonita de Laço de Fita” (Ana Maria Machado), com os fantoches. Todas as crianças ficaram muito interessadas, confesso que no início fiquei receosa por ter crianças bem menores, mas no final deu tudo certo. Ao encerrar a historia começamos a comentar sobre o assunto, indagando as crianças quais pontos que mais gostaram, perguntando quem deseja ser o personagem principal de história, pedi também que eles contassem um pouco da sua história, como eram seus pais, irmão para que todos percebessem que temos somos iguais mesmo tendo características próprias. Em seguida eles realizaram desenhos e combinamos o material que deveriam levar para a semana seguinte.
Após esse primeiro momento percebi que deveria repensar meu plano de ação, pois a proposta era confeccionar fantoches com materiais reciclados, que necessitariam de uma maior habilidade, manusear materiais como cola quente não me pareceu naquele momento apropriado para as crianças menores. Dessa forma busquei outro tipo de material e encontrei fantoches confeccionados de papel, utilizando a técnica da dobradura e colagem.
Nessa última fase das atividades foi de muita movimentação, para incentivá-los contei outra historia utilizando os fantoches de papel e logo em seguida passamos para a prática. Orientei as crianças que no decorrer do processo fossem “dando vida” as suas criações, pensando no nome que dariam a elas, quem seriam seus pais, o que elas mais gostariam de fazer, ou seja, procurar dar uma identidade ao fantoche.
As crianças ficaram muito animadas, e percebi que mudar o modelo dos fantoches foi um ponto positivo, porque elas não sentiram muita dificuldade na para desenvolver seus trabalhos e depois de concluído a criação dos personagens foi possível desenvolver historias criadas pelas crianças. Historia essas que foram filmadas e compõe o vídeo do desenvolvimento e avaliação desse projeto.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA

Menina Bonita do Laço de Fita

(Ana Maria Machado)
Era uma vez uma menina linda, linda. Os olhos dela pareciam duas azeitonas pretas, daquelas bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feito fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pêlo da pantera negra quando pula na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laço de fita colorida. Ela ficava parecendo uma princesa das Terras da África, ou uma fada do Reino do Luar.
Do lado da casa dela morava um coelho branco, de orelha cor-de-rosa,olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto em toda a vida. E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela…
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tornou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do 1ugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto. Por isso, daí a alguns dias ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela, que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha…
Aí o coelho - que era bobinho, mas nem tanto - viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escuracomo a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não pára mais.
Tinha coelho pra todo gosto: branco, bem branco, branco meio cinza,branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelhabem pretinha. já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía, de laço colorido no pescoço, sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?E ela respondia:- Conselhos da mãe da minha madrinha…

Proposta Artístico Pedagógica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Faculdade de Artes Visuais
Licenciatura em Artes Visuais

Disciplina: Estágio Supervisionado III
Professora: Flávia Cirqueira
Alunas: Izilia Maria B. S. Torquato
Data: 02 / 11 / 2010
Pólo: Catalão – Goiás

Plano de Ação
“Arte e Pluralidade Cultural”
 Justificativa:
           A educação é uma das ações que definem nossa humanidade. A arte é cultura, e nós somos sujeitos que constroem essa cultura a partir de nossa visão de mundo, visão esta que está atrelada a concepções, princípios, espaços, tempos, vivências. O contato com a arte amplia nossa visão de mundo, enriquece o repertório estético, favorece a criação de vínculos com realidades diversas e assim propicia uma cultura de tolerância, de valorização da diversidade, de respeito mútuo, podendo contribuir para uma cultura de paz.
Sabemos que a Arte é um meio importante para despertar nas crianças e jovens os seus instintos mais criativos, desenvolvendo uma relação com a arte de forma a sensibilizá-los sobre questões relacionadas a  valorização das diferentes etnias e culturas e a preservação do meio ambiente, através de leitura de fundo moral  e confecção de fantoches com materiais reaproveitáveis.


Objetivos:
Geral: oportunizar por meio da Arte o despertar nas crianças e jovens os seus instintos mais criativos desenvolvendo uma relação com a arte e também para sensibilizá-los para as questões sobre a valorização das várias etnias e culturas, repudiando a discriminação baseada em diferenças de raça, religião, classe social, nacionalidade e sexo.
 Específicos:
·  Usar a criatividade para a produção de fantoches e cenários;
·   Incentivar a valorização das diferentes etnias e culturas, e dessa forma repudiar todo e qualquer tipo de discriminação;
·  Incentivar a sustentabilidade, através da utilização de materiais recicláveis.
           
 Cronograma:
Data
Ação
Realização
01 a 05/10
Apresentação da proposta do Plano de Ação a Direção do Centro Amor Eterno.
Izília
05 a 15/10
Elaboração do Plano de Ação. Com postagens para acompanhamento
Izília
15/10/10
Apresentação do Plano de Ação no Presencial.
Izília
16 a 30/10
Finalização da elaboração do Plano de Ação e postagem no Blog.
Izília
01 a 25/11
Execução do Plano de Ação.
Izília
03 a 07/11
Aquisição de materiais e preparação dos fantoches que servirão de amostra
Izília
08/11/10
Momento de encontro com as crianças, iniciando com a apresentação da historia “Menina bonita do laço de fita” de Ana Maria Machado, com os fantoches feitos de material reciclado, em seguida comentar com as crianças  questões relacionada a valores, culturas e discriminação. Para finalizar construir coletivamente uma história relacionada as questões acima mencionadas.



Izília
18/11/10
Oficina de Confecção dos fantoches
Izília
22/11/10
Oficina para realização das filmagens da história com os fantoches construídos pelas crianças.
Izília
22/11 a 02/12
Elaboração relatório do Plano de Ação.
Izília
03 e 04/12
Entrega relatório da execução do Plano de Ação.
Izília


Metodologia:
O projeto será desenvolvido no Centro Espírita Amor Eterno, utilizando primeiramente materiais contextualizados, contando a historia da MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA de Ana Maria Machado, utilizando fantoches, em seguida uma conversa informal com as crianças sobre o texto, onde refletiremos algumas mensagens sobre o preconceito, observaremos também algumas personalidades afras que se destacaram em várias áreas e venceram o preconceito. Interagiremos de forma crítica, descontraída e finalizaremos com a confecção de fantoches com materiais recicláveis e posteriormente a filmagem e produção de um vídeo com as a representação de outras histórias realizadas pelas crianças.
Referêncial Artístico:
Para elaboração desse projeto usei como referencial artístico o grupo Giramundo, que a 40 anos realiza espetáculos para teatro de bonecos. Ultimamente suas montagens vêm unindo a tecnologia, onde o vídeo possibilitou novas alternativas de intercambio entre o teatro de bonecos e a videoanimação.  
Outro importante grupo foi o “A Cia. Truks” – Teatro de Bonecos foi criada em 1990, e desde então apresenta seus espetáculos de repertório em teatros, escolas, instituições ou espaços alternativos de todo o Brasil. Como o Giramundo o grupo trabalha com várias técnicas de animação, em 2004 o Grupo A Cia. Truks criou, em parceria com Cláudio Saltini, o espetáculo “ZÔO-ILÓGICO” em que a técnica predominante de animação é a do teatro de objetos, onde dois amigos vão ao zôo e, ao chegarem, encontram as portas do parque fechadas. Não se intimidarão em criar o seu “zôo-ilógico”, em que talheres, bacias e panos se transformam nas mais divertidas criaturas.
Materiais:
  • Tesouras
  • Colas
  • Papeis coloridos
  • Cordões
  • Potes de iogurte vazios
  • Miçangas
  • EVA
  • Retalhos de tecidos variados
Avaliação:
            Observar o envolvimento e a participação dos alunos nas atividades. Anotar as conclusões das crianças para verificar o nível de compreensão da história e da importância de valorizar as diferentes raças. Construir relatório com auto avaliação do processo de execução do projeto.


Referencial Bibliográfico:
MACHADO, Ana Maria. Espec. : LITERATURA INFANTIL BROCHURA
7 º Edição - 2000  . Editora: ATICA
UNIVERSIDADE FERDERAL DE GOIÁS. Faculdade de Artes Visuais: Modulo 7; Centro Integrado de Aprendizagem em Rede (CIAR). – Goiânia: CEGRAF/UFG, 2010
Webografia:
 Sites:
http://www.giramundo.org/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_Giramundo
http://www.truks.com.br/companhia.php

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Um Olhar sobre a cidade - Ouvidor

Relatório dos caminhos realizados para a construção do Treiler

Para realizar o trailer “Um olhar sobre a cidade – Ouvidor”, foi realizado um trabalho interdisciplinar entre as disciplinas de Ateliês Poéticas Contemporâneas/Diálogos Intermediáticos, Estagio Supervisionado III e Psicologia da Arte. Partindo da leitura dos textos Módulo 7 e do texto “Carta das Cidades Educadoras”(internet), fomos realizando várias atividades, descobrindo, ou melhor redescobrindo locais e possibilidades de efetivar o processo de ensino aprendizagem.
Em minhas caminhadas fiz várias fotos e vídeos, utilizando a máquina fotográfica Sony, Cyber-Shot DSC-W55, 7.2 Mega Pixels. Para produzir o treiler, primeiramente tive que fazer vídeos de animação utilizando o processo de “Stop Motion”, que recentemente trabalhei com meus alunos do Ensino Médio, em seguida selecionei as fotografias e parte do vídeo sobre o caminho percorrido realizado para a disciplina de Estágio Supervisionado III.
Partindo das orientações do texto Leitura Inspirada, produzido na disciplina Questões Multiculturais para o Ensino de Arte, optei por fazer uma poesia, que representasse todo o sentimento do processo de descobertas pela qual passei. Fiquei em dúvida se narrava ou escrevia o texto, no final optei por escrever pois queria colocar uma música da Enya, da qual sou fã a muito tempo, pois suas músicas parecem ter o idioma das almas, sempre nos tocam profundamente.


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PROCESSO CRIATIVO



Foi um movimento estético-político que influenciou a arquitetura e a arte ocidental daquela época. Devo dizer que meu processo criativo começou sem eu me dar conta, participei do curso de Reorientação Curricular em Arte, elaborando sequencias didáticas para a disciplina de arte para turmas de Ensino Fundamental de 6º ao 9º. No material estudado tive contato com as obras de José Cezar Teatini Clímaco, que tem com tema principal as cidades com suas paisagens que estão sempre se modificando, influenciadas pelo ritmo frenético do cotidiano, um de seus trabalhos foi uma gravura (Metropolis – XXXIV) feita utilizando a técnica do carimbo sobrepondo impressões.
Dessa forma quando fui pensar a atividade me lembrei dos trabalhos de Zé Cezar e que também se enquadrava nas tendências do Modernismo, especificamente no Construtivismo, pois e ssa arte caracterizada a abstração, não se preocupando com a natureza, trabalhando o espaço como elemento de linguagem visual e dando ênfase ao objeto industrial.
Primeiramente pensei em construir um carimbo, mas quando pequi um carimbo de “recebemos”, percebi que essa seria a melhor forma de fazer, ou seja, utilizar uma material de uso comum, industrializado e a partir dele trabalhar, criar a cidade com sua horizontalidade e a repetição modular presentes na arquitetura urbana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
Cadernos - 6 Sequencia Didática de Arte
http://www.vivenciapedagogica.com.br/webfolio.html
http://www.unerj.br/ead/200901/inicio/artigos_publicados/Scherer_completo_2.pdf
http://pa20081.pbworks.com/f/webfolios.pdf